terça-feira, 28 de abril de 2009

Á Lord Byron




A morte ri de nós
Enquanto nos preocupamos em viver.
Mertamorfoseada em sorrisos
Minhas lágrimas salgadas dramáticas.

Cavalheiro de cabelos cacheados
Coxo por natureza, que penso ser um dom divino
Não nascestes com pretextos ruins
Mas sim com o dom de costurar os sentimentos.

Sou de ti, a dama mais fogosa
A que se entregou com todo o gosto ao esmo
E a Morte, Oh! pobre Morte,
De mim não irá cobrar o perdão te acariciar-te

Mas, lembro-me de uma frase dita
Quando os rostos se aproximam
Melhor é que se cerrem os olhos
E abram-se as bocas.

Tu, foi de mim a inspiração completa
Não sei se compreendes pois tão longe já estivera
Em terras distantes com nobres damas
A esquentar teu leito em noites frias.

Tenha certeza, Oh! nobre cavalheiro
Tu és pra mim, a Utopia
A máscara que cai enquanto choro por ti
O mundo que baila em cima do céu e do inferno.

Não há anjos para trazerem você de volta
Mesmo que houvesse, seria mais fácil que me levassem
Pois te amar como amo,
É um passo para se condenar.

Se já não bastasse as flores murchas
Se já não bastasse o mármore frio
Tenho teus versos guardados
Para afagar-me quando sinto o vazio.

Lady Byron
Nayara K.


(Poema retratando o meu amor por Lord Byron de forma utópica, pois ele não pertence mais a este mundo, e sempre penso nele como o melhor homem já existente. Amor incondicional e platônico por alguém na qual tenho certeza que nunca verei: George Gordon Noel Byron.)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Lullaby


Mãos trêmulas me impedem o sentimento,
Dedos gelados não me dão o movimento,
E as lágrimas que escorrem por isso, e outros motivos
Que não me dão trégua, o malfeito dito.

Tens uma voz doce que entrega-me á alma
Não há porquê, não há alguém que acalma
Sinto os olhares desaprovados em minhas costas
É um emaranhado de sons e notas mortas.

Monstro de madeira e marfim
Que faz dar-me o melhor de mim,
Que me seduz apaixonado
Que me reduz a um mero caco.

Não me abandones nessa valsa tão bela
Sei que tu me entende mesmo na ofuscante luz de vela
Se que tu és meu companheiro eterno
Mesmo que amedronte-me, mesmo no inferno.

Aquela voz que fez-me perceber tua sombra
Não és monstro, és fiel, não amedronta
És mais que um, são cromas, são notas vibrantes
São fragemntos de sentimentos oscilantes.

Decepcionei-te, e ainda mais ao meu próprio eu
Que conjurava versos sobre a peça que me doeu
Mas não incomode-se, as besteiras ditas e o quase desistir
A voz, fez-me perceber que as lágrimas não eram de ti.

Deixe-me sozinha um pouco
Antes que o medo seja mais louco
Não te deixarei, piano imortal de vasto som
Me escutar e me apoiar é teu perfeito dom.

Nayara K.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Rimas de vida


Vida de lama e vida de pedra,
Folhas que caem, frio que me cerca
Ao desvencilhar-me do grito de dor
Não consigo encontrar o que chamam de Amor
Talvez a morte [e sim, talvez a melhor saída]
Mostrar-me-ia aonde está a alegria
Versos em prosa, em rima do mundo
O que Drummond dizia na apologia a Raimundo
Forjados em berços de ouro se fez
O riso insolente dos inocentes outra vez
Não é isso que desejo, mais do que creio
Não é isso que quero mais do que anseio
É, o sangue [e talvez a melhor bebida]
Fossem companhia minha esta noite caída
E a lâmina que perfura os pulsos latejantes
Dilaceram a carne das veias pulsantes
Ah, esse vasto mundo sem nome
Traga-me o ócio de viver sem fome
Fome de vida, de liberdade
Coisas que não ultrapassam, [ou sim] a saudade.
Deixe-me sentar e repousar sobre um mármore
Deixe-me ir com meu ópio, á lugares que me acalme
Ainda que fosse do tempo a poetiza mais bela
Teria versos em que desabafaria as almas repousadas na janela
E depois, dormiria como o céu
E não pousaria sobre minha cabeça, nenhum véu
Que me faria pior do que estou
A quem uma dia mais amou.
Nayara K.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mary Shelley

Naquele lago congelado pelo tempo
Amantes pelo primeira vez no véu lento
Talvez o ópio, talvez o absinto que bebeu
Talvez o próprio amor que nos aqueceu.


Éramos dois juntos em um só corpo, alma fadada
Em Missolonghi farei minha última jornada
Não te abalas os comentários das casa que frequenta
Não te calas o sóbrio homem que se ausenta


Oh! na Flor da Beleza arrebatada
Não há de te oprimir tumba pesada;
Em tua relva as rosas criarão
Pétalas, as primeiras que virão,
E oscilará o cipreste em branda escuridão.


Sabemos que o pranto não se oscilará
Algo que atenção a Morte não dará
E feito o malfeito digo do feitio
Resto de pele que a terra encobriu.


Virão as águas da azul fonte
Qubrarão a ruidosa ponte
E ao que me diz ao teu, semelhantemente
É que nos amamos ardentemente
No lago congelado ás beiras do estudo
Converto-me o nada em algo que é tudo.

Nayara K. (Lady byron)
(Baseado no poema "Oh! na Flor da Beleza Arrebatada" de Lord Byron - descrevo aqui, juntamente com o poema, o caso de amor entre Lord Byron e a Mary Shelley, a autora de Frankstein.)