quarta-feira, 29 de julho de 2009

Apelo



Grito por seu nome no canto do quarto
A história se repete e para no mesmo capítulo
Lágrimas e Música se entrelaçam
E agonizam-me a alma que se despedaça aos poucos.

És o fim de tudo que sonhei
Ainda impressiona-me a traição do ilusionista
Aos poucos uma faca rasga-me a garganta
Manchas escarlates colorem o chão.

Algo detalhadamente calculado e repetido
Soa-me aos ouvidos como notas erradas
Tento correr a lugar nenhum
Fugir da própria sombra.

Teu rosto me causa cóleras
Dores doentias de um amor mal amado
Eu já suspeitava, os fantasmas me diziam
Preferi acreditar no Diabo.

Sarcástico o que o nobre destino me reservou
Tomei uma das minhas próprias poções
Sinto-me mal, mas já esperava por isso
O mal que tu causas em meu coração.


Nayara K.
(Lady Byron)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Responda-me

Todos os dias levanto-me com aquela mesma sensação. Um gosto amargo na boca e mãos dormentes. Mais uma vez sonhando com você. É, estou presa em seus laços, em seus braços, em seus sonhos, em seus devaneios. Calculou tudo perfeitamente, não foi? Fez-me de mim sua escrava, e como uma cadela persigo os seus passos. Sem parar, sem me cansar. Vou com todas as forças te procurar no beco mais sujo e nos bares medonhos.
Responda-me, agora. Por que é tão difícil me desligar de tudo isso?
Por que passo horas em frente a sua foto, ampliando-a, cada vez mais, mais, mais e mais...Chegando a ver os pequenos poros de sua pele. Sua foto, ah, que foto mais bela. Erro teu te=la me dado. Poderia ter guardado consigo. Mas é a minha paranóia, e quero segurar apertado sua foto que me escorrega pelos dedos.
Responda-me, agora. Por que é que passo um dia inteiro sentada em frente a guitarra que toca, e arranho suavemente suas cordas, só para sentir o seu toque nelas?
Responda-me por que eu me sinto mal em olhar todas as pessoas que te conhecem?
Responda-me por que eu grito pelo seu nome em silêncio?
Responda-me por que escrevo palavras sem nenhum significado, jogadas ao vento, mas são especialmente para você?
Responda-me o que tudo isso significa e o que quer de mim.
Sim, eu não aguento mais. Arranquei dourados fios de meus cabelos fazendo estas perguntas. Não consigo responde-las.
Responda-me por que eu te deixo partir, confiando inteiramente em algo utópico?
Responda-me por que ue me arrisco tanto por ti?
Quero ouvir de teus lábios meu nome.
Responda-me por que guardo na memória tudo aquilo que vivenciamos, até as partes mais inócuas, e insignificantes.
Responda-me por que eu rio do que já passou.
Sim, responda-me tudo isso e descubra que o que sinto é AMOR.


Nayara K.
(Para o cavalheiro dono da guitarra vermelha.)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Robbery

Every night you come to my room
Tell me words and whisper names
And my bed starts to burn, later or soon
That's your goal, that's your game.

Let me be freedom from you
I drop my poison tears when you show up
My eyes are bleeding, such a fool
I need a drink, I need a buck

How far you can go with this?
You really enjoy to play with me
Dumped beer at my body and you want to kiss
Close the door, they can smell us, we can't be free

Ghosts are trying to steal my soul
Screaming for the wind, nobody can hear
It's out of my control
Just your embrace could take my fear.

Yes, you made me crazy, swetness
At first touch, at first sight
Being hot, interlaced at mattress
Like a love, like a fight.

Nayara K.
(Lady Byron)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

What happened


Sinto que sou prisioneira de seus braços
Carinhos trocados sem pretextos
E caio na armadilha que eu mesma planejei
Somos articulados e perigosos quando estamos juntos.

Sinto o gosto da sua língua
E minha alma está sangrando as feridas
Corda no meu pescoço apertada com força
Tu vens, singelo, desamarrar-me.

O seu sorriso me envenena
Poções que preparas apenas com o olhar
Estamos quentes, suados e entrelaçados
Calculo errado e me despedacei em outra constante.

Vá, vá embora sugador de sonhos
Mágico da ilusão, eu não quero entregar-me
Lamentos cor de terra sujam minhas mãos
E memórias de barro estão dissolvendo-se.

E no som de uma música inebriante
A última nota faz-se soar na melodia assombrosa
E acabamos por deitar-nos vagarosamente
No mesmo leito que cheira a carne.

Voam rumores e memórias
Até as vozes se dissolvem
Sobramos eu e você
Algo que não deveria ter acontecido.

Nayara K.
(Lady Byron)
"(...) É tão certo, quanto o calor do fogo, e é tão certo, quanto o calor do fogo. Eu já não tenho escolha, participo do seu jogo, participo... Não consigo dizer, se é bom ou mal, assim como o ar, me parece vital. Onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, sem você não tem graças. (...) "
Capital Inicial - Fogo

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Love Game



Fui tão bem educada no que chamam de sexo,
E talvez uns beijos não me sejam suficientes
Alguns copos de uísque a mais e um tabaco
Fossem o suficiente para me enlouquecer

Numa jornada louca em que me deito
Através de jogos que me inebriam o próprio ego
Imagine algo fútil com o que se dedica totalmente
Ache-me através das peças desse quebra-cabeça.

Todos os ventos sopram aos meus ouvidos
E mais uma dose, mais uma dose...
Um trago, que seja!
Pernas se esfregando debaixo da mesa.

Apimente tudo o que vier pela frente
É tempo dos amantes festejarem
E dance com o copo escorregadio na mão
E olhares maliciosos trocados escondidamente.

Medo na alma e o tentação nas entranhas
Sangue venoso se encontra com o arterial
Em uma fusão de desejos e perigos,
Não há nada que não podemos juntos.

Nayara K.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Parafusos

Começo com uma simples pergunta: o que é a vida para você? É óbvio que não saiba me responder. Ninguém sabe. A vida de muitos se resume a uma grande paixão, a amizade, ao companherismo, a futilidade e até mesmo a vingança. Sua vida gira em torno de banhos matinais quentes, com o sabonete no fim, lendo as instruções do shampoo enquanto se lava. A rotina mais que produzida, uma máquina metamorfoseada em ser humano. Pode não apertar parafusos, ou pode, mas de algum modo sempre está fazendo a mesma coisa. Todo dia. Toda hora. E não se cansa, ou melhor, cansa sim. Mas o seu cansaço é compensado por uma noite mal dormida, em uma cama na qual pensa estar confortável, mas possui espinhos em toda a espuma que envolve o colchão. Acabamos por viver uma vida monótona, regrada e com limites. De algum modo, sempre queremos ser os revolucionários, quebrar a monotonia, roubar o tempo e inovar. Mas não o fazemos. Sentamos e esperamos. Ou, apertamos novos parafusos. E para onde vão os parafusos apertados?! Sempre queremos descobrir, mas, quando chegamos em casa, ligamos a televisão, e dançamos com aqueles botões coloridos, sem parar em nenhum canal, sem assistir a absolutamente nada. E temos o dom de fazer isso por horas. Gastar vida mudando o canal da TV. Não reclamamos. Aceitamos. Olhamos na janela, se você for o cara de cima, olha como o mundo é feio, e se sente feliz por estar na sua casa aconchegante. Uma nota para você: ela não é aconchegante. Mas, se você for o cara de baixo, você simplesmente olha o cara de cima, e fica no conformismo, na sua casa que vive cheirando á feijão. Uma nota para você: o feijão cheira bem.
E rodamos novamente, no que se chama de vida. O que nos faz vivê-la? Talvez a simples curiosidade de desvendar a morte, ou talvez, por sermos apenas bactérias evoluídas, que, ao morrer, vira húmus e alimenta as plantas verdes que por algum momento em nossas vidas, nos alimentaram.
E o que vem depois disso? Nada. Nada? Dica: até a morte tem coração. Ou pelo menos, ela te observa de algum modo, com o resquício de piedade.
Piedade por você ter apenas apertado os parafusos. Piedade por sua vida girar em torno do banho matinal e da mesmice. Lave os cabelos, mas eles nunca estarão limpos. Aperte os parafusos, mas eles nunca estarão bem presos. E para que tudo isso vale? E o companheirismo, aonde fica? Descobrimos no leito. Sim, no leito. Nunca amamos. Apenas achamos que amamos. E só descobrimos isso ao fechar os olhos pela última vez. Uma dica para quem ama de verdade: guardará boas recordações dos parafusos. Nada mais...

Nayara K.