domingo, 30 de agosto de 2009

Drácula




Com sua pele alva ele surge aos raios da Lua,
Dentes pontiagudos em lábios rubros
Rosto ávido e rude de singela sedução
Vem ao meu encontro ao uivar dos lobos.

Vejo-me diante de um ser ímpar
A noite em seu castelo transfigurado
Mulheres que se jogarão aos seus pés
Cessarão sua sede de sexo e sangue.

Eu me entregarei a ti os meus beijos
Meu pescoço sua mais nobre carne
Ouvindo os sons clássicos da Transilvânia
Seremos um, meu conde, juntos a eternidade.

Tu enganas a todos que aqui residem
Sua saliva demoníaca e límpida
Sua língua roçando em meu corpo
Suas mãos fortes no meio seio.

És um jogador de sedução e morbidez
Com teus olhos vermelhos escarlates a me chamar
Óh, salve-me, meu nobre Deus, que não me ouves mais!
Meu corpo é tua capela mais sagrada.

Nayara K.
(Lady Byron)

- Poema dedicado ao nobre personagem de Bram Stoker - Conde Drácula.

sábado, 22 de agosto de 2009

Pequeno poema extenso

E aqui me encontro novamente
Parada e andando em direção á um nada
Dizendo e repetindo
as palavras
consumidas e consumadas
Respirando e sufocando
Tendo em mente o mais profundo dos anestésicos.

Assim, sendo eu, vejo como as coisas passam
elas, as coisas e as pessoas
que cantam
aves que gorjeiam
É festa! dizem-me os sentimentos internos
E nada de desprezo pelos homens.

Ouça o som abafado que vem de longe!
Está perto do seu corpo, e te acaricia
Belo e intocado como cinzas
Lágrimas e pessoas passando
te deixando
vão embora. Todas.

Os seres desprezíveis permanecem
e se faz um círculo de coisas novas
mundos novos
em um velho contexto.

Nayara K.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Carta


Rabisquei palavras sinceras
Papel barato de cheiro doce
Falava sobre todas minhas quimeras
E os amores, sentimentos quaisquer que fossem.
Entreguei-o com o meu receio
Um sorriso amargo me esperava
E com os lábios gelados, beijei-o
O envelope que lacrava minha palavra.
E o que adianta fugir de tudo?
A carta se foi carregada por ti
Um envelope gritava, embora mudo
E aquele peso que senti.
Era de palavras que jazia a muda carta
Eram de lágrimas quentes que a manchavam
E letras que doíam, estava farta
Frases feitas entralaçadas se amavam.
Hesitei por um instante,
Dar-te o papel dobrado
E como uma faca cortante
Minha mão ferida, coração suado.
Mas o dano que causou
Para sempre repousavá
Feridas da qual a carta não curou
Uma alma ferida morrerá.
Nayara K.
(Lady Byron)
- Especialmente para o cavalheiro que possui a carta descrevida no poema dentro de sua carteira. A carta disse sobre si. Ele entenderá.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CHEGA

Chega de seus gritos invadindo meu quarto,
Chega de seus conceitos exatos sobre a vida,
Chega de me dizer tudo o que fazer, e o que não fazer,
Chega de bater em meu rosto com sua mão empoeirada.

Você se acha tão bom e correto,
Você se acha tão capaz de vencer a todos,
Mas você não sabe usar as palavras
Você não sabe o quanto elas machucam.

Eu amo e odeio as palavras, e elas me perseguem.
São meu refúgio quando você aparece
São minhas inimigas quando você fala
Eu amo e odeio o jeito com que elas me tocam.

CHEGA, entendeu agora?
Não sou mais o seu pequeno fantoche
Não serei o que deseja nem o que quer
Serei o que EU desejo e o que EU quero.

Fiz tantas coisas para te agradar e te deixar orgulhoso
E a torca que recebi foram olhares de desdém
Foram palavras ditas de uma boca egoísta
Alguém que em vez disso, deveria me dar a mão.

CHEGA!
Por favor, me deixe em um momento de paz
Por favor, seja ao menos uma vez amável
Não aguento mais chorar pelos cantos
E não encarar o rosto com que convivo.

CHEGA!
Eu não quero mais ferir meu próprio corpo por causa de você
Eu não quero mais sofrer por não me apoiar
Eu serei eu mesma e isso bastará
Não preciso mais de seus cuidados.


Nayara K.