quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Loucura

Redemoinhos voando !
Moscas moscando !
Chuva batendo !
Frio arrepiando!

Ah, loucura que irei sucumbir!
GRITANDO ALTO, adianta?
Não. É, não adianta. Nada. LOUCURA.
Socorro. Talvez as moscas moscando não mosquem mais.
O vento não vente no arrepio da pele.

A chuva alva chove na janela da cama,
CHORANDO ALTO, adianta?
fendas da pele que o frio atravessa voando.
Cabelos na boca. Não adianta, adianta?

Se começar a escrever tudo
ao OIRÁRTNOC, adianta?
NÃO. Nada adianta. Estou roendo as unhas.
Estou mordendo meu corpo, ele sangra.

Aranhas escalando as paredes.
Mancha de sujeira da minha mão, SAIAM! Eu ordeno.
SAIA MANCHA!
Devaneios na minha cabeçe me chamam.

NÃO, POR FAVOR, NÃO ME DEIXEM...
...sucumbir a loucura.

Nayara K.

sábado, 5 de setembro de 2009

Vestido branco

Com os cabelos soltos e os pés descalsos,
ela rodava com seu vestido branco
Jogando flores sobre o chão de mármore
Cantarolando músicas da infância perdida.

Ela escrita sobre a areia com um pedaço de graveto
Para depois o mar apagar tudo com suas águas
Ela rodopiava, cansava e sentia fadigas
Mas não parava, doce menina descontrolada.

Sorria deliberadamente esbanjando felicidade
Nada parecia afetá-la os sentimentos
A noite caía e trazia seu vento gélido
E a menina pulava as ondas salgadas

Mãos delicadas batiam palmas para o céu
E ela rodopiava, rodopiava, rodopiava...
Uma vez mais, ela dizia para si mesma
E ela rodopiava, rodopiava e rodopiava...

Sentindo-se livre de tudo que viveu
Pisando em cima dos pesadelos que teve
Ela só queria rodar sobre seu vestido branco
Contrastando com o verde oceano

Rodopie mais, cada vez mais velozmente!
E caia, minha menina,
Caia no seio duro do solo que te ampara
E chore, menina, chore, não fantasie mais.

As ondas já se foram, os nomes já se foram
O vestido branco está encardido
Seus pés sangram pelo cansaço
E seu sorriso dissipa-se e voa com a areia.

Deite, menina...
Apenas deite, e não mais gire.

Nayara K.