quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Enjoy


Essa noite eu quero dançar, me entregar,
Quero que o mundo pare de girar,
E eu fique tonta de tanto dançar,
E deixar para o final o meu modo de amar.

Está sentindo essa batida inebriante?
Todos ao seu lado não conseguem ficar parados.
Isso é tão bom! Talvez umas doses a mais,
Façam com que você seja o ritmo que toca.

Essa noite estou brilhante mais que uma estrela,
Estou no meio da multidão, rebolando...
Procurando alguém que me leve para casa,
E não me ligue no dia seguinte.

É apenas um modo de se divertir,
De esquecer os problemas que te cercam
A rotina tediante, o amor não conquistado,
As apostas perdidas, esquecer a si mesmo.

Olhe as luzes coloridas que nos hipnotizam
Você está no meio da multidão?
Se te encontrar não te reconhecerei
Estará escuro demais.

É isso que preciso, um sorriso no rosto.
Estou dançando e não quero parar
Serei a última a sair dessa pista
Até meus pés começarem a rachar.

Nayara K.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Erros


Deitada no chão frio da sala, ela se perguntava o porquê de tantos erros sucessivos. Ela queria arrancar a própria pele, vomitar as enzimas digestivas e roer as unhas. Estavam tão bem daquele jeito, estavam tão próximos e ao mesmo tempo, tão separados. Ela o desejava mais do que a noite deseja Lua e o dia, o Sol. Talvez fosse perda de tempo sofrer por aquilo que não podia tocar. Talvez tivesse sido tudo uma perda de tempo. Ou não. Não para ela. Não tinha sido pois ela sentia aquele vazio dentro do corpo. Ela sentia que um pedaço de alma não estava mais no seu corpo. Ah, que sensação horrível ! Querer chorar, mas não ter lágrimas para derramar. A maquiagem borrada escorrendo pela face branca. Os olhos molhados e vermelhos. A boca soluçando e salivando, mordendo a língua com os dentes trêmulos, provocando pequenos cortes, deixando um sabor amargo e ferroso.
Levantou-se com certa dificuldade, apoiando no sofá cor bordô. Foi até a geladeira, abriu uma grande garrafa de líquido transparente e cheiro forte. Começou a beber tão deliciosamente, engasgando nos primeiros minutos que virava a bebida. Tossiu. As pernas bambas e peladas. Voltou a tomar da garrafa, um gesto guloso, a cabeça rodando e os cabelos embarrassados.
Foi até seu quarto, limpando a maquiagem borrada do rosto, e com as mãos trêmulas passava o batom vermelho escarlate, o delineador preto. Vestiu o short preto, e o scapin amarelo. Ainda com a garrafa na mão, saiu da sua casa para a noite fria da cidade, deixando no caminho pedaços do seu coração.
Queria encontrá-lo. Procurava-o freneticamente pelas ruas mal-iluminadas. Voltou a chorar, tomando mais goles do etílico em sua mão. Não o encontrava. Muitos rostos. Nenhum familiar. Na porta de uma casa de shows alguns garotos gritaram pra ela. Mais erros. Um foi agarrado pela gola da camisa de marca, e com uma mordida nos lábios do garoto, ela pediu cigarros. Ele não tinha. Ela cuspiu em sua cara. Saiu agitando os braços. Ela não o achava. Onde ele estava ? A única pessoa que a interessava. Ela era a errada. Ele não iria aparecer. Lembrou-se de quando estavam juntos. Mãos dadas. Ele tirando as mechas do cabelo dela, que teimavam em cair no rosto. Fumaça. Estava tudo embaçado agora. O gosto amargo na boca. Vômito. Estava com as mãos e os joelhos na calçada. Vomitava sem parar. Ao se levantar, quebrou o salto. Ela o queria tanto. Ela queria pedir desculpas. Ela queria que ele lhe desse uma segunda chance.
Alcoolizada, desapontada, quebrada, apaixonada...
Com um último gole da sua bebida, urrou ferozmente. Quebrou a garrafa na sargeta, jogando cacos de vidro por toda a rua. Tinha arranhões por toda a perna agora. Sangrava pelos joelhos. Foi atravessar a rua. Luzes. Som estridente. Buzina. Escuridão. Acabou tudo. O ponto final.

O motorista saiu do carro. Uma moça! Mais essa agora. Ele estava com uma pressa para encontrar uma pessoa. Uma pessoa que havia quebrado todas suas esperanças. Uma pessoa por quem ele estava apaixonado. E amar era isso. Sofrer. Perdoar. Ser idiota o suficiente para perdoar. Ela podia estar em todos os lugares. E agora tinha atropelado uma moça.
Olhou o corpo de mulher no chão. O sangue escarlate. Não ! Ele conhecia o sapato amarelo. Ele conhecia aquelas pernas e aqueles cabelos. Tirou os cabelos ensanguentados da face da moça. Ela.
Era ela.

Nayara K.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

how important,


You don't know how important you are.
Baby, I just wanna show you,
Our little world, with no name.
Come with me to anywhere,
Where we can hold each other
Like we never did before.

Can't you hear my scream?
It's always for you.
Lead me, guide me, the way is dark.
The light is your smile,
And I surrender to your arms.
So don't go away, my dear,
Don't go away without saying something
Something that I adore to listen
Something about you and me.

I feel lost, I don't know about my future
But I can say "It's never gonna change,
how important you are to me."
Please, I want to sleep well
hugging the pillow with your scent,
my baby.

Someday we find ourselves.
I pray that the day will come soon.
Just remember:
I'll go wherever you will go.

Nayara K.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Eu ando meio estranha esses dias. Sentimentos misturados me torturam mais do que eu posso aguentar. Estou com saudade. É, saudade. Saudade do modo como acaricia meus cabelos, como toca a minha pela, como me beija, como me morde, como me quer e como me atura. Estou com saudades de sentar em seu carro, ouvir músicas sem sentido, ouvir o programa de rádio enquanto nos agarramos sedentos pelo vício do prazer. Estou com saudade de sentir medo ao teu lado, de pedir pra você parar, mas na verdade, pedindo mais e mais. Estou com saudade de reclamar, que era o que eu mais fazia quando estava junto com você. Sim, como eu reclamava. Nada estava bom, seu comportamento não era bom, o local não era bom. Nada me agradava. Comecei a sentir um amargo na boca enquanto você me beijava. Sim, eu reclamava. Sim, eu não gostava. Eu sentia calafrios quando se aproximava. Mas o tempo passou, e hoje eu sinto saudade. Hoje eu reclamo pois não está ao meu lado. Hoje eu reclamo pois não tenho seus beijos, mesmo aqueles amargos. Hoje reclamo pois as músicas e o programa de rádio ouvidos no carro nunca terão o mesmo impacto.
Eu sinto saudade. Eu sinto saudade de você, algo que nunca pensei que aconteceria. Fui tão dura, quis me mostrar forte. Mas sou fraca. Sou fraca demais. E adianta buscar em outros braços aquela ternura que me dava? Não. Sinto a sua falta, e mais nada.

Nayara K.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cavaleiro Medieval


Chega a noite escura trazendo suas ameaças,
Vá correndo com o seu cavalo para as terras distantes,
Que Deus o abençoa enquanto foge,
Vítimas de trevas corrompidas do enxofre.

Óh, cavaleiro medieval de armadura prateada,
Salve-me dessas ânsias e cóleras do mundo noturno,
Tua espada ofuscante que derrota as sombras,
És o teu sangue nobre contrastando nesta terra.

Venha a galope, não me deixes, amado.
Tão sombria a estrada do destino
Por entre essas florestas frias
Encontra-se o nosso pequeno mundo feudal.

Nayara K.
(Lady Byron)