sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Você
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Inebriada pelo seu cheiro doce
Vendo as carícias se dissiparem aos poucos
Somos feitos de carne, sofremos como loucos
E nos entregamos os corpos, ao que quer que fosse.
Mas o Amor entre nós é utopia
Lençóis que nos cobrem são finos
Irão rasgar com nossos doentios mimos
E nos farão mostrar nossa alma fria.
Óh, dsculpe-me por me entregar com tamanha dedicação
Talvez não vale o que faço
Mas cada vez que vejo no seu rosto o traço
Que marca nosso amor, nossa fascinação.
Nayara K.
(Lady Byron)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Não recíproco.
Ela acordou daquela manhã fria e nebulosa. Arrancou os cobertores grosses que cheiravam a pele, passou a mão nos cabelos embaraçados e oleosos. Desejou, desesperadamente, ter dormido com ele. Mas, ao se virar de lado, outro repousava em sua cama, e ainda dormente, procurava o corpo quente dela. Ela o observou durante alguns minutos. Sentiu repugnância, nojo e ância de si mesmo. Levantou da cama, cobrindo os seios com os braços e andando torta.
Se calcinha branca, passou pela janela da cozinha e pela sala de estar. Bebeu um copo de água, trêmula, e de pés descalços. Ele ainda não havia acordado. Não se preocupava, melhor assim, pelo menos curtiria seu momento sozinha.
Pensou nele. Naquele outro alguém que ela tanto anciava, que ela tanto desejava. Porém, tinha a certeza que jamais andariam de mãos dadas na multidão, ou iriam rir juntos sentados em um bar numa noite de sábado. Utopia. Ele não viria para ela. Ele apenas brincava, e se saciava, depois partia. Estava na hora de esquecê-lo. De aprender a amar o outro, que dormia com ela todas as noites. Não aguentou. Chorou enlouquecidamente e silenciosamente. Chorou até suas pernas não aguentarem, e ela se ajoelhasse no piso frio da cozinha e soluçasse, pedindo um socorro inexistente.
Ele acordou, ouvindo o lamúrio da amada. Ajoelhou-se perto dela, e a abraçou. Não entendendo nada do que se passava. Mas ela, não correspondia seu abraço. Ela o deixou esperando a retribuição de carinho, e ele esperava paciente por ela e por seu amor.
Não suportando a fadiga, ela levantou-se. Foi ao quarto, arrumou suas coisas, e com um vestido de cetim barato, vestiu-se. "Adeus", ela disse á ele, e partiu para algum lugar bem longe de seus pensamentos. Ele, até tentou impedí-la, mas sentiu-se inútil. Sabia que algo a atormentava, e, pelo amor que sentia por ela, mesmo não sendo correspondido, a deixou ir. Ele apenas desejava a felicidade da amada, mesmo nos braços de outro homem. Mesmo que a felicidade dela fosse passar a eternidade chorando por alguém que ela nunca teria.
Nayara K.
domingo, 29 de novembro de 2009
O Único
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Anyone like you
Toda vez que te vejo,
Lembro-me que devo te esquecer.
Corro gritando nas ruas teu nome,
Para que o silêncio me cubra com a letargia.
Não cabe mais em mim a dor que dilacera o peito,
Abraçando um outro alguém desejando teu calor,
Enquanto morde as carnes de uma terceira
E me deixa em prantos de amor.
E sua mão quente que ainda enrosca na minha
Teus beijos doces que chamam o meu lábio
És provocação suja e caráter manchado
Um nojo que por você não peguei.
Abrace-me fortemente na cama branca
Dediquemo-nos um ao outro novamente
Não me culpe por essas ações horrendas
Mas por ti, eu sangraria até a Morte.
Nayara K.
(Ldy Byron)
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Amantes
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
The Last Love
Somos como a Lua e o Sol em um contato imediato,
Vedados ao amor impossível e ao orgulho inevitável,
Trajamos nossas armaduras de ferro moldado,
Prendemo-nos na sacrilégia loucura inenarrável.
É uma droga ilícita que nos transporta,
Viajando sobre mares quentes e ventos gelados,
Obra de arte de uma tenebrosa natureza morta,
Vejo em ti os gritos de socorro intactos.
Abrace-me novamente em seus ternos braços,
Seremos o eclipse imediato de dores,
Não julgue-me pelas coisas que faço,
Nunca contentando-me com os resquícios de amores.
Com as costas na parede, me arranho até sangrar,
Quero você, inclícito homem, fonte de alucinações,
Na minha boca o gosto do último beijo irá repousar,
E na memória os suspiros, as causas e emoções.
Nayara K.
(Lady Byron)
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Loucura
Moscas moscando !
Chuva batendo !
Frio arrepiando!
Ah, loucura que irei sucumbir!
GRITANDO ALTO, adianta?
Não. É, não adianta. Nada. LOUCURA.
Socorro. Talvez as moscas moscando não mosquem mais.
O vento não vente no arrepio da pele.
A chuva alva chove na janela da cama,
CHORANDO ALTO, adianta?
fendas da pele que o frio atravessa voando.
Cabelos na boca. Não adianta, adianta?
Se começar a escrever tudo
ao OIRÁRTNOC, adianta?
NÃO. Nada adianta. Estou roendo as unhas.
Estou mordendo meu corpo, ele sangra.
Aranhas escalando as paredes.
Mancha de sujeira da minha mão, SAIAM! Eu ordeno.
SAIA MANCHA!
Devaneios na minha cabeçe me chamam.
NÃO, POR FAVOR, NÃO ME DEIXEM...
...sucumbir a loucura.
Nayara K.
sábado, 5 de setembro de 2009
Vestido branco
ela rodava com seu vestido branco
Jogando flores sobre o chão de mármore
Cantarolando músicas da infância perdida.
Ela escrita sobre a areia com um pedaço de graveto
Para depois o mar apagar tudo com suas águas
Ela rodopiava, cansava e sentia fadigas
Mas não parava, doce menina descontrolada.
Sorria deliberadamente esbanjando felicidade
Nada parecia afetá-la os sentimentos
A noite caía e trazia seu vento gélido
E a menina pulava as ondas salgadas
Mãos delicadas batiam palmas para o céu
E ela rodopiava, rodopiava, rodopiava...
Uma vez mais, ela dizia para si mesma
E ela rodopiava, rodopiava e rodopiava...
Sentindo-se livre de tudo que viveu
Pisando em cima dos pesadelos que teve
Ela só queria rodar sobre seu vestido branco
Contrastando com o verde oceano
Rodopie mais, cada vez mais velozmente!
E caia, minha menina,
Caia no seio duro do solo que te ampara
E chore, menina, chore, não fantasie mais.
As ondas já se foram, os nomes já se foram
O vestido branco está encardido
Seus pés sangram pelo cansaço
E seu sorriso dissipa-se e voa com a areia.
Deite, menina...
Apenas deite, e não mais gire.
Nayara K.
domingo, 30 de agosto de 2009
Drácula
Nayara K.
(Lady Byron)
- Poema dedicado ao nobre personagem de Bram Stoker - Conde Drácula.
sábado, 22 de agosto de 2009
Pequeno poema extenso
Parada e andando em direção á um nada
Dizendo e repetindo
as palavras
consumidas e consumadas
Respirando e sufocando
Tendo em mente o mais profundo dos anestésicos.
Assim, sendo eu, vejo como as coisas passam
elas, as coisas e as pessoas
que cantam
aves que gorjeiam
É festa! dizem-me os sentimentos internos
E nada de desprezo pelos homens.
Ouça o som abafado que vem de longe!
Está perto do seu corpo, e te acaricia
Belo e intocado como cinzas
Lágrimas e pessoas passando
te deixando
vão embora. Todas.
Os seres desprezíveis permanecem
e se faz um círculo de coisas novas
mundos novos
em um velho contexto.
Nayara K.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Carta
terça-feira, 4 de agosto de 2009
CHEGA
Chega de seus conceitos exatos sobre a vida,
Chega de me dizer tudo o que fazer, e o que não fazer,
Chega de bater em meu rosto com sua mão empoeirada.
Você se acha tão bom e correto,
Você se acha tão capaz de vencer a todos,
Mas você não sabe usar as palavras
Você não sabe o quanto elas machucam.
Eu amo e odeio as palavras, e elas me perseguem.
São meu refúgio quando você aparece
São minhas inimigas quando você fala
Eu amo e odeio o jeito com que elas me tocam.
CHEGA, entendeu agora?
Não sou mais o seu pequeno fantoche
Não serei o que deseja nem o que quer
Serei o que EU desejo e o que EU quero.
Fiz tantas coisas para te agradar e te deixar orgulhoso
E a torca que recebi foram olhares de desdém
Foram palavras ditas de uma boca egoísta
Alguém que em vez disso, deveria me dar a mão.
CHEGA!
Por favor, me deixe em um momento de paz
Por favor, seja ao menos uma vez amável
Não aguento mais chorar pelos cantos
E não encarar o rosto com que convivo.
CHEGA!
Eu não quero mais ferir meu próprio corpo por causa de você
Eu não quero mais sofrer por não me apoiar
Eu serei eu mesma e isso bastará
Não preciso mais de seus cuidados.
Nayara K.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Apelo
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Responda-me
Nayara K.
(Para o cavalheiro dono da guitarra vermelha.)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Robbery
Tell me words and whisper names
And my bed starts to burn, later or soon
That's your goal, that's your game.
Let me be freedom from you
I drop my poison tears when you show up
My eyes are bleeding, such a fool
I need a drink, I need a buck
How far you can go with this?
You really enjoy to play with me
Dumped beer at my body and you want to kiss
Close the door, they can smell us, we can't be free
Ghosts are trying to steal my soul
Screaming for the wind, nobody can hear
It's out of my control
Just your embrace could take my fear.
Yes, you made me crazy, swetness
At first touch, at first sight
Being hot, interlaced at mattress
Like a love, like a fight.
Nayara K.
(Lady Byron)
sexta-feira, 17 de julho de 2009
What happened
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Love Game
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Parafusos
E rodamos novamente, no que se chama de vida. O que nos faz vivê-la? Talvez a simples curiosidade de desvendar a morte, ou talvez, por sermos apenas bactérias evoluídas, que, ao morrer, vira húmus e alimenta as plantas verdes que por algum momento em nossas vidas, nos alimentaram.
E o que vem depois disso? Nada. Nada? Dica: até a morte tem coração. Ou pelo menos, ela te observa de algum modo, com o resquício de piedade.
Piedade por você ter apenas apertado os parafusos. Piedade por sua vida girar em torno do banho matinal e da mesmice. Lave os cabelos, mas eles nunca estarão limpos. Aperte os parafusos, mas eles nunca estarão bem presos. E para que tudo isso vale? E o companheirismo, aonde fica? Descobrimos no leito. Sim, no leito. Nunca amamos. Apenas achamos que amamos. E só descobrimos isso ao fechar os olhos pela última vez. Uma dica para quem ama de verdade: guardará boas recordações dos parafusos. Nada mais...
Nayara K.
domingo, 28 de junho de 2009
- á ELE, utópico.
Tento retirá-la de você, inútil tentativa
O teu orpo singular, o olhar que me vela,
Me inebria, e me alucina
És doce o jeito que me tratas,
Mas sabe que não seremos unidos
O pior dito é que me matas
Com ssuas vorazes palavas e sons repetidos.
Devem ser os aluciógenos, os remédios incorporados
Deve ser a vida, Oh, meu Deus
Mas é por ti que grito, meus sonhos fadados
Deitando a cabeça sobre os braços meus
Sonhando nossas utopias restantes, sem fim
E das lutas amargas nos retiramos
Ficou apenas, na boca o gosto ruim
Mas no nosso leito, enfim deitamos.
Sonhamos...
Nayara K.
(Lady Byron)
quarta-feira, 24 de junho de 2009
O Assassino
Correndo, cabelos ralos e voz suave
Me chama, me quer, me almeja
A boca vermelha, o frio o queima.
Mas, continua, correndo em minha direção.
Óh, pudera eu, não o ter estendido a mão.
Encantei-me pelo seu jeito,
Andar e correr sobre o chão feito de nuvem.
Um pobre menino de expressão vazia
De olhos de cera, que miravam-me com admiração.
Sendo mais uma vítima de teus encantos,
Óh, menino insolente, diga-me o que há contigo
Diga-me, que te curarei as mágoas que não se afogam
Que as feridas e dores de dissiparão.
Mas não diz, és calado, o menino
Doce menino, amante assassino.
Seu corpo vem a enfeitiçar-me,
Estou corrompida, inebriada pelo ar que respira
Sim, sinto arder os pulmões e as vísceras,
És tu, menino assassino.
Abraça-me e corta-me o pescoço,
Como um vampiro nato entrega-se a esse gozo
O sangue que escorre, tu lambes
E glorifica-te pela morte e dor que está causando.
Óh, dor latejante e aguda
Não a causada pela tua lâmina, menino
Mas a dor por ti ter ferido a quem algum dia te apreciou.
E o escarlate sangue que baila no chão
Banha o piso frio o pálido
Minha pele sem vida, gélida
Ainda sente arrepios causado pelos teus toques.
Mas, tua única paixão é Morte,
A negra mãe que te beija os lábios
Ainda te quero, menino
Soterrada e presa num cárcere de mármore
Te quero com meu sangue entre os dedos
E venha, por favor, venha correndo...
Nayara K.
(Lady Byron)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
- Decepção
quarta-feira, 17 de junho de 2009
- é VOCÊ, ♥
domingo, 14 de junho de 2009
Marcas
Marcas que deixaste em mim,
Profundamente dilacerada, carne perfurada
Teus delírios, teus carinhos
me arrepiam a pele e mastiga o meu peito.
O tempo não será capaz de apagar
as marcas que por ti fiz questão de deixar
Finalmente, você, aparece ilícito
Tatuagem do amor que por nós foi corrompido.
Amantes perfeitos ao eco da noite
Costumávamos nos deitas, e pensar em coisas tolas
No gramado de nossa casa, jazia o gozo dos prazeres
Foi por ti, amado, que tatuei o amor que nos apossou.
Marcas de sangue que mancharam os lençóis,
Talvez a Morte, talvez
Fosse capaz de apagar as marcas
Mas no meu corpo elas continuariam intactas.
Por você, por mais ninguém
Essas marcas...
- Nayara K.
(Lady Byron)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Êxtase
Pele arrepiada ao toque de mãos macias,
Voz que acaricia meu ouvido
Seus dedos que me tocam de diferentes manias
Almas entrelaçadas e beijos corrompidos
Línguas que se desejam e se buscam
Corpos que se sufocam em um único ardor
Suor que escorre sobre costas que soluçam
Algo em que encontramos êxtase e nunca temor
Ventre despido em uma lâmina quente
Espada e cálice juntos em um momento
São apenas almas, sem usufruir da mente
Atos ilícitos feitos com sentimento
Não precisam se ver
Precisam apenas se tocar
Não irão se conter
Irão apenas se desejar.
- Nayara K.
(Lady Byron)
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Perfume
COMUNICADO
Estive postando anteriormente capítulos do meu livro (prestes a ser pulblicado), chamando Relíquias. Por enquanto, apenas três capítulos foram colocados aqui. Eu realmente esperava mais comentários a respeito do meu livro e etc. Mas, como isso não aconteceu, resolvi postar por partes aleatórias.
Não postarei apenas capítulos do meu livro. Eu alternarei com poesias, contos e outras coisas na qual vocês já conhecem.
Aos que leram meu livro, meu MUITÍSSIMO obrigada. Serão recompensados pela minha pessoa, se quiserem, óbvio, que eu mande um exemplar. Os que não comentaram mais se interessaram, vou deixar o meu e-mail de contato para pegarem os capítulos restantes (se a curiosidade de vossos exelentíssimos estiver martirizando-os). Enfim, agradeço a atenção e a compreensão dessa indigente poeta-escritora.
Abraços,
Lady Byron
(Nayara K.)
domingo, 17 de maio de 2009
Relíquias - Nayara K.
Capítulo III
Caim possuía um cheio típico agridoce. Algo que unicamente dele. Era alto, o que me fazia erguer a cabeça para poder contemplar seus olhos negros como carvão e profundos como as águas do mar. Seu cabelo formava lindas cascatas de cachos que tampavam sua nuca e caia sobre seus olhos. Tinha a pele morena bem clara e os dentes alvos. Da última vez que o vira, usava aparelho, porém, agora só havia os dentes perfeitamente alinhados. Não chamava muita atenção como os outros garotos que havia na universidade, mas era de uma bondade e uma alegria sem tamanho, e isso irradiava luz por todo o seu corpo, deixando-o o mais belo dos meninos (pelo menos para mim).
Logo que percebi que era ele, fiquei estática. Não tinha reação nenhuma. Olhava estupefata, com os olhos totalmente arregalados e um ar de nostalgia misturado com excitação me corrompeu. Era como reviver minha época adolescente, e relembrar o momento em que conheci Caim.
Era uma tarde chuvosa e cheguei ao conservatório de música totalmente molhada. Isso era Agosto de 2007. Timidamente me sentei no fundo, esperando que ninguém notasse a minha presença, ou que pelo menos me ignorassem. Tinha vindo transferida de outro conservatório que não tinha me adaptado, principalmente com as pessoas. Nunca fui de um grande carisma.
Caim não foi o primeiro a olhar para trás para me analisar. Aliás, esse dia ele chegou atrasado, muito atrasado. Outro menino me observava com um olhar delicado, mas que me incomodava. Eu via que as meninas cochichavam sobre mim. Não me importei. Não fazia importância. Estava lá para especializar o que sabia de música, o que minha mãe havia me ensinado. A porta se abriu e o cheiro agridoce encheu toda a sala. Ele entrava desesperado, desculpando-se com a professora e dizendo que tinha perdido a hora. Desculpa clássica, eu pensei. E Caim foi obrigado a sentar do meu lado, no fundo da sala, pois não havia outro lugar. Nunca mais me esqueci desse dia, devido ao fato de começar a acreditar em anjos.
Caim olhou-me serenamente nos olhos, e fui despertada da minha nostalgia a ouvir sua voz.
- Haidée?!
- Caim?! Não acredito que é você... Depois de todo esse tempo, você... Você voltou!
- Na verdade, Haidée, eu vim ver Juan. Suspeito que você o conheça que no mínimo ele seja o seu professor.
- Ah, sim. Acabei de conversar com ele. Mas, o que quer com um professor de História? Pensei que estivesse em outra cidade, fazendo Música.
- Na verdade estou sim, Haidée. Só que eu vou fazer um trabalho especializado em História da Música e minha professora, me mandou vim aqui procurar o Juan. Disse que ele poderia me ajudar e etc. e tal. Não sei.
- É, ele é ótimo. Vai gostar dele. Eu tava ajeitando a minha inscrição para a excursão dele para a Biblioteca Nacional e...
- Biblioteca Nacional?! – por um momento o tom de excitação e euforia de Caim realmente me assustou.
- É...
- Vamos, Haidée. Vou fazer essa tal inscrição.
- Caim... Espera... Eu...
- Você nada! Faz anos que não a vejo, e isso realmente me fez mal.
- A mim também...
- Então venha comigo! Depois vamos tomar um café no Sweet’s and Coffe’s. Nunca me esqueço dessa cafeteria quando venho pra cá.
Caim me puxou pelo braço, levando-me de novo a sala de Juan. Fizemos a inscrição e tivemos que ouvir uns resmungos de Juan que pelo visto, queria logo que fossemos embora. Tinha mudado de roupa da hora em que eu fui até a sala dele, e na hora que fomos Caim e eu. Provavelmente iria sair. Senti uma ponta de Iago em mim. Mas decididamente, isso não importava. Estava disposta a passar o resto de minhas horas com Caim, conversando sobre coisas tolas e rindo das coisas passadas. Meu melhor amigo que ressurgia das cinzas.
domingo, 10 de maio de 2009
Relíquias - Nayara K.
O sono batia enquanto esperava o ônibus. Já não podia controlar minhas próprias pálpebras. Como era horrível essa sensação! Fui inesperadamente despertada do meu estado sonâmbulo por Inês, que vinha esbaforida a minha procura.
- Haidéé, eu te procurei por todo o campus...
- Desculpe Inês... É que preferi deixar você e Conrado a sós.
- Ora, até parece que não me conhece! Sabe que pra ficar com você troco qualquer homem, até por mais bonito que seja.
- Obrigada... É difícil encontrar amigas como você, Inês. Acho que no meu caso, é só você.
- Tudo bem, chega de ficarmos nos melando. O que eu tenho pra te contar é sério.
- Bem, é sobre o que?
- Juan...
- O professor?
- O próprio.
Não sei descrever o meu rosto naquele momento. Estava atônita. Não tinha contado nada nem ao menos para Inês. Contado o que? Não tinha nada o que contar mesmo. Mas fiquei gélida e meu coração disparou. Gosto amargo na boca...
- Então, é... Diga Inês...
- Arranquei logo o anúncio quando ele colocou. Não esperei que outro visse. Ele está agendando uma excursão para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, só que tem um problema.
- E qual é?
- Ele só vai levar três alunos de toda a Universidade.
- Então quer dizer que não é uma excursão para os alunos de História?
- Não, não é. E os alunos têm até amanhã para se inscreverem e fazerem uma prova. Só vão aqueles que foram absurdamente bem na prova. E você conhece como são as provas do Juan... Eu nem me habilito a fazer esse tipo de coisa. Tome, pegue o anúncio aqui. – Inês me entregou uma folha sulfite A4 dobrada em vários quadrados. Letras em arial negrito destacavam o título que dizia: “História a fundo: Excursão para Biblioteca Nacional”; logo depois vinham as instruções para inscrição e etc.
Aquilo foi um choque, meu sono dissipou-se e sai correndo para a sala de Juan. Ainda deu tempo de gritar um “Muito obrigado, Inês.” Estava eufórica.
Correndo para encontrar Juan o mais rápido possível, passei perto do lugar onde supostamente havia visto uma mulher enterrando algo. Olhei atentamente para o solo, e realmente tinha um monte de terra mais alto do que de costume. Minha demasiada curiosidade me fez parar por um instante e ir analisar o monte de terra. Estava úmido. Deixei meus materiais no chão e ajoelhei sobre o chão e comecei a escavar o solo. De repente, ouvi uma voz surgir atrás de mim:
- Não deveria fazer isso, menina. Vai sujar suas mãos de terra.
Cai sentada no chão, manchando toda a minha calça jeans e o meu tênis de terra. Olhei para a figura que me chamava. Só me aliviei quando percebi que era Juan.
- Ah, olá, professor. Ahn... Er... Desculpe, eu...
- Qual a sua intenção em cavar buracos, Haidée? Você está escondendo ossos como cão de desenhos animados?
- Não, não... Na verdade, eu estava te procurando. Vim falar sobre o à excursão para a Biblioteca Nacional.
- Não pensei que iria demorar tanto. Esperava que fosse a primeira a se inscrever.
- Infelizmente não. Inês arrancou o anúncio para me avisar depois, mas, acabamos nos desencontrando e só fiquei sabendo agora.
- Então venha comigo. Vou te dar a ficha de inscrição. E mais uma coisa: se fosse você amarrava uma blusa de frio na cintura. Você se sujou bonito.
Novamente minhas faces ficaram quentes e ruborizadas. Mas agora, era por causa da situação em que se encontrava a minha traseira, horrivelmente cheia de terra.
Entrei na sala de Juan e preenchi rápido a ficha de inscrição. Ele me disse que quarta feira era o dia da prova, e para eu chegar uma hora mais cedo para fazê-la. Era algo bem sucinto, visto que não tinha recebido muitas inscrições. Não mais que dez alunos. Mas, entre esses dez, iam ser escolhidos apenas três. E isso, me deixava nervosa, pois viajar para a Biblioteca Nacional era um sonho meu desde a época do Ensino Médio.
Na volta para o ponto de ônibus, acabei passando por aquele monte de terra novamente. Fiquei tão hipnotizada por ele, a visão era até bonita. Um pequeno buraco escavado pelas minhas próprias mãos. Mas dessa vez, não parei. Continuei minha caminhada. E estava tão absorvida nos meus pensamentos que acabei trombando com alguém. Alguém com um cheiro agridoce. Alguém com um cheiro familiar. Caim.
domingo, 3 de maio de 2009
Relíquias - Nayara K.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Á Lord Byron
A morte ri de nós
Enquanto nos preocupamos em viver.
Mertamorfoseada em sorrisos
Minhas lágrimas salgadas dramáticas.
Cavalheiro de cabelos cacheados
Coxo por natureza, que penso ser um dom divino
Não nascestes com pretextos ruins
Mas sim com o dom de costurar os sentimentos.
Sou de ti, a dama mais fogosa
A que se entregou com todo o gosto ao esmo
E a Morte, Oh! pobre Morte,
De mim não irá cobrar o perdão te acariciar-te
Mas, lembro-me de uma frase dita
Quando os rostos se aproximam
Melhor é que se cerrem os olhos
E abram-se as bocas.
Tu, foi de mim a inspiração completa
Não sei se compreendes pois tão longe já estivera
Em terras distantes com nobres damas
A esquentar teu leito em noites frias.
Tenha certeza, Oh! nobre cavalheiro
Tu és pra mim, a Utopia
A máscara que cai enquanto choro por ti
O mundo que baila em cima do céu e do inferno.
Não há anjos para trazerem você de volta
Mesmo que houvesse, seria mais fácil que me levassem
Pois te amar como amo,
É um passo para se condenar.
Se já não bastasse as flores murchas
Se já não bastasse o mármore frio
Tenho teus versos guardados
Para afagar-me quando sinto o vazio.
(Poema retratando o meu amor por Lord Byron de forma utópica, pois ele não pertence mais a este mundo, e sempre penso nele como o melhor homem já existente. Amor incondicional e platônico por alguém na qual tenho certeza que nunca verei: George Gordon Noel Byron.)
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Lullaby
Mãos trêmulas me impedem o sentimento,
Dedos gelados não me dão o movimento,
E as lágrimas que escorrem por isso, e outros motivos
Que não me dão trégua, o malfeito dito.
Tens uma voz doce que entrega-me á alma
Não há porquê, não há alguém que acalma
Sinto os olhares desaprovados em minhas costas
É um emaranhado de sons e notas mortas.
Monstro de madeira e marfim
Que faz dar-me o melhor de mim,
Que me seduz apaixonado
Que me reduz a um mero caco.
Não me abandones nessa valsa tão bela
Sei que tu me entende mesmo na ofuscante luz de vela
Se que tu és meu companheiro eterno
Mesmo que amedronte-me, mesmo no inferno.
Aquela voz que fez-me perceber tua sombra
Não és monstro, és fiel, não amedronta
És mais que um, são cromas, são notas vibrantes
São fragemntos de sentimentos oscilantes.
Decepcionei-te, e ainda mais ao meu próprio eu
Que conjurava versos sobre a peça que me doeu
Mas não incomode-se, as besteiras ditas e o quase desistir
A voz, fez-me perceber que as lágrimas não eram de ti.
Deixe-me sozinha um pouco
Antes que o medo seja mais louco
Não te deixarei, piano imortal de vasto som
Me escutar e me apoiar é teu perfeito dom.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Rimas de vida
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Mary Shelley
Amantes pelo primeira vez no véu lento
Talvez o ópio, talvez o absinto que bebeu
Talvez o próprio amor que nos aqueceu.
Éramos dois juntos em um só corpo, alma fadada
Em Missolonghi farei minha última jornada
Não te abalas os comentários das casa que frequenta
Não te calas o sóbrio homem que se ausenta
Oh! na Flor da Beleza arrebatada
Não há de te oprimir tumba pesada;
Em tua relva as rosas criarão
Pétalas, as primeiras que virão,
E oscilará o cipreste em branda escuridão.
Sabemos que o pranto não se oscilará
Algo que atenção a Morte não dará
E feito o malfeito digo do feitio
Resto de pele que a terra encobriu.
Virão as águas da azul fonte
Qubrarão a ruidosa ponte
E ao que me diz ao teu, semelhantemente
É que nos amamos ardentemente
No lago congelado ás beiras do estudo
Converto-me o nada em algo que é tudo.
domingo, 29 de março de 2009
♥
quinta-feira, 26 de março de 2009
Desabafo a ti
Névoas de veneno que exalavam ódio
Seu hálito quente e ácido
Tudo a me conspirar as banalidades estúpidas
Desapego-me a ti cada vez mais
Era a hora de me ver contente por vitórias,
Não vê, não sente, não quer...
Tão pequeno o coração empedrado de raiva.
Resquícios do que foi algum dia amado
Hoje me saem da alma,
cárcere de um prisioneiro acorrentado
E que já não fostes, mal consumado
Devias ao menos a idolatria que não tens
Navio negreiro onde repousa os teus sentimentos
Devias ao menos o orgulho que não tens
Digerido pelos seus vermes da luxúria.
E se a falta sentires de mim algum dia
Procure-me onde os abraços são mais apertados
os amores, mais verdadeiros
e os beijos doces mais molhados.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Grandes Irmãos
sexta-feira, 13 de março de 2009
O Concerto de seres
segunda-feira, 2 de março de 2009
Versos ao rapaz que passa
O som do meu piano mudo ecoa entre as paredes,
Hoje ele veio me dizer coisas comuns e não dei atenção,
Hoje ele veio me dizer coisas da vida, e não quis escutar
Mas quem dera, eu não pudera.
Hoje percebi que minha vida não é entendida
Hoje ele veio me dizer que não mais importava
E tarde da noite me liga, me chama,
Como um fantasma de sons que me procura.
Eclodindo novos ruídos em meu ouvido
Com uma visão pernóstica do ser
E erudindo causas e consequências
De algo forte como o amar.
Não o amo, eis o fato,
Mas temo em perdê-lo, eis a contradição.
Não me reténs os maus modos,
Mas me envergonhas os alvoroços.
Não me apanhas as mil maravilhas
E nem sei o porquê de escrever esses versos sem sentidos
Sem rimas e sem cores,
Mas recheados de sentimentos, meus sentimentos.
Hoje descobri que não consigo amar
E que minha maldição é te confrontar.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
O menos possível
Já me amarrei muitas vezes em alguém,
e sempre me enforcava na própria corda.
Já gritei muitas vezes por socorro,
mas nem precisava gritar.
Já enganei muitas vezes o medo,
porém, de mim ele nunca saiu.
Já corri contra o vento, só pra sentir uma brisa fria,
e acabei ficando doente e com vertigens.
Já tracei planos pro futuro em papel de seda,
mas seda rasga fácil e eles foram esquecidos.
Já pensei em não amar e continuar perambulando sozinha,
mas já sinto falta do corpo quente do ser humano.
Já me deixei levar por falsas promessas,
e de vez em quando, ainda me lembro delas.
Já me remoei de raiva por pessoas incrédulas,
mas descobri que elas sempre existirão.
Já escrevi poemas parnasianos, simbolistas e românticos,
mas vi que muitos nem ligavam pro sentimento neles contidos.
Já usei outros nomes pra enganar a tristeza,
mas ela sempre me apanhava no momento mais feliz.
Já enganei a própria fome dizendo que nada queria ingerir,
mas eu estava faminta e com medo de partir.
Já chorei lágrimas e derramei meu próprio sangue,
mas de nada adiantou e continuo aqui.
Já me entreguei de mãos beijadas á todos os males,
mas, de algum modo, eu me levantei e a caminhada prossegui.
Já amei demais meus amigos e também os inimigos,
mas, sempre em algum dia, eles me esqueceram e depois, se lembravam.
Já quebrei meus brinquedos por ódio ou por amá-los,
mas, eles são apenas brinquedos de plástico.
Já me escondi e tampei os ouvidos pra não ouvir,
mas, tenho o dom de ter uma audição incrível.
Já tampei os olhos pra não ver,
mas o que não podia ver, já o tinha visto.
Já disse a mim mesma pra continuar vivendo sorrindo,
mas, descobri que o sorriso dói demais.
Já disse aos meus pais para me esquecerem,
mas o que eu mais quero, é tê-los ao meu lado.
Já quis sair de casa para ter diversão,
mas, nunca tive a diversão esperada.
Já cometi erros de que me flagelo e me machuco,
mas essas marcas não se apagam.
Já estudei bastante pra massagear meu cérebro,
mas ainda tenho dúvidas sobre como pensar.
E eu ainda imagino um menos possível com um mundo colorido.
E eu ainda quero um menos possível para ser feliz.
E é trajando essas emoções, que vejo que quando se importa o menos possível, acabamos nos dando o mais da vida.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Expugnação de medos
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
O Cárcere de pedra.
Lapidados ao eterno descanso
Fatigados ao mero dom de amar
E no túmulo que encima danço
Com os olhos vedados a ver o mar.
Seria o belo e o místico calado
No cárcere que jaz a minha trama
E aquele que jaz ao meu lado
Frio e intacto, apetece-me o drama
Mentiras alheias contadas ao vento
Palavras escritas pelo sangue impuro
E amar de novo dirá o tempo
O som do meu piano duro
O coração de pedra hoje se faz
Ou se faz de pedra um coração?
No cárcere de pedra entra atroz
Ou entra o atroz empedrado do cárcere?
Mundo oblíquo que mal me faz
Me tiraste o que restava dos sentimentos humanos
Hoje a dúvida, cólera me traz
Pedras que caem sobre amargos santos.
Prepara-te o martelo, a foice e a corda
O artesão que moldará meus sentimentos
Não me deixa as moscas, comendo a carne morta
Não me deixa ao cárcere de amor sedento
Não me amedrontas mais os insetos
No cárcere eles ão de existir
Desgarro do medo de me cair os tetos
E ao fim da canção, não há porquê mentir.
O cárcere lapido de pedra jaz intacto
Intacto a pedra do cárcere jaz.
Nayara K.
(Lady Byron)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Grito de soneto
Não cansas de me desancar
Testemunha é o brilho ofuscante do Sol
Que desatina minha dúvida nua.
Nova carnificina que me persegue
Se esconde por trás do seu doce cheiro
e antes que até o céu me negue
Tenho despertado o meu intocado desejo.
Tocar-te a alva pele fria
Coberta por murchas rosas vermelhas
e a voz, que fala-me ás orelhas
é cega pela noite sombria
Oh, cândidos nomes embaralhados
Completa-me a alma indigente
Com os bocejos e gracejos do inconsequente
Sem preocupar-se com os cabelos enlamedados.
E nessa batalha tão ambígua e nefasta
Desapareça-me as cóleras e medos
e onde apenas havia fogo e fumaça
Hoje canta a música, e faz-te cortejos.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Desdita de amor.
Meu pranto desesperador causa-me cóleras
É soluçante meus gritos, ao ver-te partir
Segurando aquela rédea frouxa e acenando ao nada.
Entreguei-me a você no mais belo romance
Recheado de desavenças e carinhos
Quero deitar-me no seu abraço aconchegante
e esparar paciente pelos seus murmúrios.
Esse amor afável
Está a me consumir por inteiro
A dor lamuriante, porém amável
Tira-me o sangue que tanto anseio.
Não vá agora, andando entre as trevas
Espere-me para poder apertar-te a mão
E curar-te de medos e lepras
Algo que apenas suporta meu ígneo coração.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
O Abraço
Rosa:
Abro a janela do meu mundo
Recebo as ventanias dos sete mares
Me perco em devaneios contínuos
E acabo no mesmo caminho oblíquo.
Uma estrada de terra seca
Que me chama, me traga
E nesse medo e curiosidade
Descubro alguém para cobrir meus fantasmas.
...Espartano!
Espartano:
Recebo um poema noturno,
contído agora em minha vida fatigada,
tu és a Rosa que traz-me o lume
ao tédio contínuo da ânsia abastada.
trago-te agora
a arda chuva crispada
molhar-te a terra seca
e incisar com minha espada
pedra intensa encera em cena
incensa de vedra insensata
sob tua destra isenta
que me escreve amada sensata.
As águas dos mares são sinuosas
e nem por isso traz-nos desassossego
sinta o vento de tua janela
trazer-te aos braços um abraço de apego...
...o meu abraço.