domingo, 28 de novembro de 2010

Futuro

O Futuro é um pequeno menino
Que escreve em um muro do subúrbio
Nomes, datas e destinos
Ele não tem rosto, é um mistério.

Anda, menino Futuro,
Deixe-nos ansiosos pela vida
Corra entre essa rua suja
E nos mostre o caminho menos dolorido.

O Futuro é um céu sem nuvens
Imensidão de um mar de estrelas
Que vem, durante a noite,
Esfriar o que o dia esquentou.

Ele causa medo, euforia.
Como saber o que ele nos reserva?
O Futuro menino, guardando um homem
Com mãos ainda sujas do muro do subúrbio.

Nayara K.

sábado, 27 de novembro de 2010

Entendendo a matemática

A Educação no Brasil vem melhorando a cada dia. Sou otimista nisso. Creio que, futuramente, o número de analfabetos diminua drasticamente, e seremos um dos países com maior potencial intelectual. Pode ser idealismo, pode ser sonho, pode ser uma realidade próxima ou apenas uma opinião de uma estudante. Mas, apesar de tudo isso, venho reparando em algumas mudanças no modo de ensinar que, ao meu ver, estão gerando desacordos com a relação estudante/professor.
Não sou pedagoga, nem algum tipo de especialista em Educação Básica, por isso já aviso que este artigo é apenas para mostrar uma opinião pessoal.
Venho dando aulas de Música para crianças entre 6 a 16 anos. Um dia, uma aluna minha de 8 anos levou o seu caderninho de matemática para fazer o dever de casa após a aula de piano. O fato que me chamou atenção foi que após algum tempo suando a pequena mão de menina, ela veio me pedir ajuda para efetuar contas de divisão. Não neguei, afinal, posso não ser pedagoga, mas com a minha experiência dando aulas de Música tomei grande apreço por ensinar as pessoas. Mas, o jeito como ela havia aprendido a efetuar aquela operação, era completamente diferente do ensinado em minha época, e diga-se de passagem, achei complicadíssimo!
Havia contas de subtração do resto, soma, multiplicação...Enfim, um completo enrosco de operações matemáticas. Sei que no mundo dos número, tudo tem uma relação super estreita, mas uma criança de oito anos não possui essa percepção, ainda.
Tentei ensiná-la do modo como aprendi, aquele modo arcaico, em que uma conta como 78 / 2, teríamos que pensar primeiramente na dezenha do dividendo, o número 7, e ver que número multiplicado por 2 (o divisor), chegaria perto do 7. No caso, o 3, dando o resultado 6, e colocaríamos o 1 que falta para chegar ao 7, debaixo do 7. Abaixaríamos o 8, tendo um novo dividendo, o 18, e acabando a conta colocando o 9 ao lado do 3, com o resultado 39.
Creio que a maioria das pessoas aprendeu desse modo. Enfim, ensinei desse modo a minha aluna e ela finalmente conseguiu efetuar as continhas.
Chegando em casa, meu irmão de 11 anos estava com o mesmo problema. Só que agora com contas de divisão envolvendo números decimais. O modo que eu aprendi, envolvia em operações simples de retirar a vírgula do número. O modo como ele aprendeu, sinceramente, não sei explicar.
Posso estar me equivocando ao escrever esse artigo, pois não tenho habilidade o suficiente para aprender a maneira nova como eles ensinam matemática, afinal, fui condicionada a aprender do modo como ensinavam em minha época.
Não ensinam mais aprender a ler com o be-a-bá.
Será que esses modos inovadores ensinam efetivamente nossas crianças? Devem ensinar, afinal, foram criados por especialista em educação. A única coisa que me intriga é o fato dos educadores não acharem que as crianças são ainda crianças.

Nayara K.
(Técnica em Música erudita)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pequeno desabafo

Estive todo esse tempo gritando o teu nome. Desde aquele dia em que me consumiu, o teu fantasma me persegue, causando-me cóleras. Eu ouço os seus passos rápidos e espero que me faça uma surpresa, assim, tão de repente. Mas não irá fazer. Meus sonhos pautados no teu corpo são apenas sonhos. Não choro mais ao acordar e não te ter ao lado da cama. Pobre ilusão de uma criança.
Faça-me um favor, não me procures, não me provoques. Irei vomitar o álcool todo, irei sacudir minha alma para não mais pecar e assim vou embora, de poucas palavras, de poucos pretextos. Só mais um desabafo morno em um dia gelado.

Nayara K.
(Lady Byron)