terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pequeno desabafo

Estive todo esse tempo gritando o teu nome. Desde aquele dia em que me consumiu, o teu fantasma me persegue, causando-me cóleras. Eu ouço os seus passos rápidos e espero que me faça uma surpresa, assim, tão de repente. Mas não irá fazer. Meus sonhos pautados no teu corpo são apenas sonhos. Não choro mais ao acordar e não te ter ao lado da cama. Pobre ilusão de uma criança.
Faça-me um favor, não me procures, não me provoques. Irei vomitar o álcool todo, irei sacudir minha alma para não mais pecar e assim vou embora, de poucas palavras, de poucos pretextos. Só mais um desabafo morno em um dia gelado.

Nayara K.
(Lady Byron)

2 comentários:

A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO disse...

Gostei da fluidez deste texto,e da forma direta com que expõe a afetação.
Ele me fez relembrar algo que a maioria das mulheres comtemporâneas negam, que é o fato de ficarem na expectativa de ao menos um telefonema sincero no dia seguinte por parte da outra pessoa, já que associam expectativa à dependencia, e portanto, a constatação de que a outra pessoa possui um certo poder sobre nós.
As relações pssageiras da atualidade talvez exponha a fraqueza não só feminina, mas também masculina de não suportar ser AFETADO, e essa afetação se dá em uma relação mais íntima e mais duradoura ou quando nos permitimos criar uma expectativa, e com ela correr o nobre risco de SOFRER.
Em um mundo que nos vende a idéia de "felicidade sempre",quem será o herói ou heroina que se submeterá à possibilidade de se FRUSTRAR com a entrega?