domingo, 28 de dezembro de 2008

Tu não me chamas


Tu me chamavas de meu amor
Em momentos de delícia,
Entregando-me na imensa dor
Ao troco de uma carícia.

Não há mais esses momentos
Tudo foi negado para nós, mortais
Jogado ao mundo pelo sete ventos
O ar doce que não respiro mais.

Tu exalava cheiro de suor
Nossos corações juntos repousavam
Isto morreu; juntando-se á algo maior
A alma padeceu, anjos me negaram.

Tu não me chamas de novo
Tu não me queres consciente
Tu não rogas preces ao povo
Tu não me beija delicadamente.

Teus lábios são veneno
Me enganaste como quis
O céu é mais sereno
Do que o seus braços vis.


(Baseado no poema "Tu me chamas" de Lord Byron).

Lady Byron

O sonho de Nayara K.

Névoa densa que me cobria o horizonte.Frio.Ouvia passos correndo em direção ao nada, em direção á névoa que tudo escondia.Eram os meus passos.A minha respiração ofegante, esbaforrida, corria sem destino, certa de que apenas queria uma coisa: fugir.Um homem,talvez um fantasma.Sombra.Uma sombra negra que cruzava meu caminho.Medo.Tentava lembrar o "pai-nosso" na minha cabeça, sem sucesso.Não lembrava.Lágrimas.Um grito.O meu grito.Queria gritar por socorro, descobrir o que era a sombra.Ou quem era a sombra.Árvores.Muitos seres vivos verdes sobre a minha cabeça.A névoa tinha se dissipado.Escondi-me atrás de um tronco rachado.Incerta de que a minha perseguição havia cessado.Um assovio.Minhas mãos pálidas e trêmulas revelavam o medo.Ai, que medo! De repente, um barulho.Um barulho encheu o espaço onde me encontrava.Meu Deus, o que era aquilo? Cheiro de pólvora no ar.Dor no peito.O ar parecia veneno, cortava-me o pulmão, que teimava em me obedecer e não tragava o oxigênio.Nossa, que dor no peito.Coloquei os dedos sobre meu coração.Sangue.Sangue rubro que escorria sobre meus dedos alvos.Uma risada.Dor.Um celular.Ligação perdida.Não tinha forças para destinguir nada.Ah,esse celular poderia ter me salvado.Ou não.Não disse nenhum eu te amo.Mas pensei.Pensei em várias pessoas para dizer isso.Como a Morte é estranha,nos vem á cabeça a pessoa que mais amamos.Sumiu de repente.Escuridão.Quero abrir os olhos, mas não consigo.Vejo o topo das árvores.Sinto o cheiro da grama fresca misturada com o sangue humano.Meu sangue.Outra vez a Escuridão.Não abro mais os olhos.Um nada.O vazio.Quero acordar.Escuridão...



(Descrição de um sonho de Nayara K., verídico).

Lady Byron

sábado, 27 de dezembro de 2008

Amor Vampiro

Na Escuridão aqueles olhos de brasas surgiram
Seduzida pelos contos de uma fantasia
Me entreguei em devaneios que nova forma assumiram
E sob a luz pálida da Lua, uma voz urgia

Possuía uma língua de navalha
Cortava-me enquanto me lambia
Era uma dor, mistura com orgia
O cheiro virgem da mulher intocada

Ora guerreiro, ora morcego
Te ti entreguei-me como uma embriagada
Talvez o vinho, talvez a noite
Mas a minha alma está agora dilacerada

Tu és um vampiro sedento
Morto-vivo repugnante,
Que fez me apaixonar-me a metade
Agora tenho o mundo a eternidade.

Um dia hei de apagar a luz e não sentir medo
Um dia hei de correr entres as lamas e não afundar
De caminhar sem estirar a mão
Sem ninguém a me acompanhar


(Poema dedicado á "Sétimo", personagem do escritor brasileiro André Vianco).

Lady Byron

sábado, 6 de dezembro de 2008

A Volta

Me perdi em devaneios
Quando soube do fim da guerra
Fantasmas me apavoravam
Anunciando que tinha te perdido

Meu friável coração teimava em acreditar
E em um dia frio, vi através do horizonte
Sua sombra vindo em minha direção
Cambaleando fraco, porém intacto

O cheiro de teu suor me fez renascer
O toque de nsua pele me fez estremecer
Sua alma, clareava meus olhos opacos
Como tinha medo de tocar o vapor úmido...

Esqueça a espada,
Esqueça as guerras
Esqueça as atrocidades
Esqueça os feridos e os mortos...

Meu abraço te guardará do caos do mundo
Olhe o mar longíquo que dança conosco
Beba o vinho do porto que guardei pra ti
Segure minha mão, prometa não me abandonar de novo.

Espartano,
contigo irei até onde os ventos são secos
Irei aonde existam vidas e beldades
Te encorajarei a dilacerar as maldades.


- Rosa


Lady Byron

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Nas mãos do Espartano

Espartano:
Rosa prestíssima
à tais simples notas passadas não se prenda mais,
agora ja não mais ouvirás sonatas ou prelúdios,
encontrarás suas pétalas em grandiosos concertos
e seu piano jamais sofrerá de solidão,
seus dedos jamais ficarão machucados,
pois estarão calejados,
estarão insesibilizados
pela sensibilidade de seus espinhos
que perfuram meu olhos
que padecem
em tortura aprazível por me tornar
menos sofredor vivencial.

A dedicação te dará um presente
motivo a qual torná-la a mais importante fonte,
donde fabricas fotossíntese diária
donde retira hábil sangue
donde retiras o incessante corte de sua lâmina ágil.

Rosa...
ouça-me atenta...

pétalas perderá
obsoletas cartas sumirão
as velhas sonatas
um inesperado dia esquecerá...

porém...

Espartano sempre será guerreiro
Rosa sempre cheirosa
piano sempre carecido
palavra sempre confortosa
Se aquela,
que vinda de certo alguém.

o amor cante
e recante
a melodia que recorde
como inpira-me constante
aquela que procede-me
eterno e alegre
AMANTE...

-Espartano (Mateus Araujo) 4 de dezembro



Rosa:
Quando respiro do mesmo ar que ti
Quando te apoio nas batalhas sangrentas
Quando enxugo o suor que escorre pela sua face
Minhas pétalas se abrem suavemente
Como se o nada virasse o tudo
e o tudo se acabasse em um nada.
Talvez sejamos pessoas flageladas
Condenadas a permanecerem intocadas
E pra que, complicar o complicado
Se tudo que quero é tocar sua armadura férrica
Minhas mãos pálidas e trêmulas
Irão acariciar teu busto forte

Irei te esperar
Mesmo que essa batalha dure anos
E meu fantasma te perseguirá
Meu canto ouvirá durante a estrada sombria
E minha música te encorajará
Para ir além daquilo que é superficial
E não se sentir derrotado

E amantes...amantes...
amantes e amantes entrelaçados...

- Rosa

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Súplicas



E agora?
Onde estão todas as pétalas que perdi pelo caminho?
Onde estão todas as belas frases ditas?
Onde estão meus amores concebidos?
E agora?
E agora, meu amante?
Onde estará você, com a sua ferocidade guerreira?
Onde estarão as palavras doces e sangrentas?
Olhe para a Rosa despetalada
Veja como adormece pacífica dobre o piano
As teclas pretas e brancas
Não tocam mais sua sonata.
E agora?


Lady Byron

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Correspondências da Rosa

Tento desviar- me de teu olhar venéfico
Algo que me corrompe, me dilacera
Que me pragueja com um hálito maléfico
Que me seduz e me conduz.

Do que adiante continuar com essa máscara
Querendo escorraçar meus fantasmas passados
Distraio-me com essa lâmina cortante
Perfurando-me o pulso esquálido

Tu és Espartano, meu ínclito guerreiro
Sedento de batalhas sentimentalistas
Sobre um doce enlevo
Aprisionado sobre alvacentos alquimistas

E é nesse crepúsculo que me despeço de ti
Com essas lágrimas salgadas e frias
E sobre esse abismo, irei me inebriar
Banhando-me nos raios pálidos do luar.

- Lady Byron