domingo, 20 de março de 2011

Para Capitu


Cabelos negros que caem em teu rosto angelical,
pele doce e macia que enfeitiça os homens mais puros
Entregando-se ao pecado íntimo.
És tu, óh Capitu,
vítima ambígua de tantos séculos,
Mulher menina de tantos contemporâneos.

Olhos de ressaca,
Vá, de ressaca.
Dos mares que tragam o menino ingênuo
Das curiosidades que brilham em tua pupila,
Embriagando os marujos mais valentes,
Iluminando as ferozes tempestades.

És tu, cigana dos olhos,
De tantos penteados teus
Clamam as mãos para tocar-lhe as tranças,
E beijar-te a boca de mel,
O desejo venenoso dos namorados.

És tu, óh Capitu,
Recheada de contradições de espírito,
modos dissimulados que invadem meu sono,
Amores verdadeiros de dois jovens.


Nayara K.

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